Mamadakata adverte: esse post contem linguagem vulgar e palavras de baixo calão.
Já sabia que a volta seria ruim. Ruim pela vontade de ficar mais tempo com minha família e amigos,
ruim porque estava acostumada a passar o dia com meu marido em casa, ruim porque odeio avião, ruim porque odeio fazer e desfazer malas, ruim porque não ia mais ter pão de queijo fresquinho todos os dias, nem yakult, nem doce de leite e manteiga Aviação.
Minha barriga doía a caminho do aeroporto, estava com uma sensação ruim. Até comentei com meu pai, que tentou me acalmar.
Chegando no aeroporto, fomos fazer o check-in e pagar o cesto para a Katarina, que já havíamos pedido 1 mês antes. Avião super lotado, Linus e eu teríamos de sentar separados. Mas no avião a gente ia tentar trocar, porque eu ODEIO viajar sozinha. Ainda mais com neném. Um par de mãos nunca é suficiente quando se viaja com um bebê.
Muita fila para pagar o tal do bercinho (110 dólares), acabou que tivemos tempo apenas para tomar um café antes de passar pela segurança e irmos para o portão.
Daí, aquele chororô de sempre. De repente: Ahh! Ahhhh! Gritos, minha gente! Gritos desesperados! Olho para trás e vejo que há um montinho de gente na escada rolante. Minha mãe olhou e disse que eu tinha que entrar logo, não era para eu olhar. Eu não olhei, mas ouvi choro de criança e gritos de uma mulher desesperada. A criança subia pela escada rolante quando sua boneca caiu, e ao tentar recuperar a boneca, a menina prendeu os dedos no vão da escada. Já ouvi isso acontecer diversas vezes.Tudo isso eu fiquei sabendo porque liguei para minha irmã antes do avião decolar.
No avião...
Falamos com o comissário de bordo que foi super atencioso e depois de um tempo, ainda antes do avião decolar, conseguiu uma troca. O homem que estaria sentado ao meu lado foi muito gentil em trocar de lugar e assim nós 3 ficamos juntos.
Avião decolou, estabilizou e vieram 2 comissárias para montar o cesto. Então a passageira que estava do meu lado disse:
- Que isso? Ah não, não vai montar isso aqui não!
-Mas, senhora, é para o bebê dormir!
-Eu não tenho filho por isso, agora não vou aguentar filho dos outros!
Comissária olha para mim com cara de quem não sabe o que fazer.
-Vocês deveriam ter me avisado! Eu paguei 100 dólares para poder sentar aqui e ter mais espaço para colocar meus pés na parede.
-Mas a disposição da aeronave é assim, senhora. Os bercinhos só podem ficar nessa parede.
-Não vou ceder!
Comissária vem falar comigo:
-A senhora fala português?
-Sim, falo.
-A gente conseguiu em outro lugar para colocar o berço, mas só tem uma poltrona, a senhora teria de se sentar sozinha com o bebê lá.
-Não, obrigada, prefiro sentar aqui com meu marido.
-Ok. Podem montar o bercinho aqui.
As outras 2 comissárias voltam com o bercinho.
A louca:
-Não vai montar!
-Mas senhora, só vai ocupar esse pequeno espaço aqui, a senhora ainda pode colocar os pés na parede, mas não tão alto.
Marido da louca:
-Vocês tinham que ter avisado antes de vender a passagem mais cara, cobrar só metade do valor.
-Senhor, o berço não chega até seu assento.
-Mas e ela? Vai colocar os pés onde?
NO SEU CU, SEU FILHO DA PUTA! *Pensei*
-Senhora, se eu tivesse como eu devolveria metade do dinheiro, mas não posso.
-Não vou ceder!
Comissária volta e me olha com olhinhos tristes:
-A senhora não quer mesmo o outro assento? É que eu não recomendo* colocar aqui.
-Tudo bem. Não vou brigar por causa de 100 dólares...
-Quando a senhora quiser, a gente monta o bercinho lá. A hora que quiser é só falar, daí você e seu marido podem revezar com a neném.
-Tudo bem. Muito obrigada.
O QUE FOI ESSE MEU SANGUE DE BARATA????
Calma, amigas, eu explico.
Na verdade, em um milésimo de segundo, muitas coisas passaram pela minha cabeça e me fizeram reagir dessa forma. Não quis passar nenhuma sensação ruim para a Katarina. Todas as vezes que vi minha mãe sair da linha por algum motivo, meu desespero era 10 vezes maior que o dela. Porque se minha mãe, a pessoa que eu mais confio, se desespera, é porque a coisa tá feia mesmo. Até hoje eu fico doida quando ela solta um "ai, meu deus!". E olha que ela é de família italiana, super dramática, fala "ai meu deus" 20 vezes por dia. Das poucas vezes que vi meu pai muito bravo, nem era comigo, eu quase fiz xixi nas calças. Entendem? Não quis passar nenhum desses sentimentos para a Katarina. Pensei também que se fosse comigo, nada seria mais humilhante do que ser a cuzona que preferiu colocar os pés no teto do avião do que deixar um bebê de 3 meses dormir mais confortável. E se eu perdesse a linha, ninguém ia conseguir me controlar. Eu certamente iria fazer besteira e arrebentar a cara dela na parede. Juro! E depois ia ser presa em Frankfurt, e proibida de viajar de avião. Respirei fundo muitas vezes para me controlar e fiquei orgulhosa de mim, já que sou super estourada e a situação gritava "PORRADA, PORRADA!"
Meu marido e eu revezamos o colo para a Katarina dormir. E a menina dormiu a NOITE TODA. Um anjo.
A louca, colocou os pés na parede, bem em cima do buraquinho onde se coloca o berço. Mas a vaca era baixinha, então ela teve que esticar bem as pernas e ficar os pés estilo bailarina, na pontinha dos dedos para tocar a parede. Ou seja, super desconfortável. Teve que sentar com as costas no banco, não a bunda, senão não alcançava. Vadia desgraçada! Daí, foi só ela dormir, que os pés caíram da parede, óbvio, e a filha de chocadeira passou a viagem toda com os pés no chão! A parede que ela tanto queria simplesmente não foi usada!
Passei a viagem toda acordada, e o sonso do marido dela também. Eu fiquei de butuca, só nos pensamentos do que eu queria falar e fazer. Tava louca para pegar uma fralda bem embostiada da Katarina e esfregar dentro da bolsa ou na cara dela. Olha, se eu fosse comissária de bordo, teria mijado na lasagna vegetariana (deve ser daquelas que amam animais e comem criancinhas) dela (todas as comidas dela vinham separadas, seria muito fácil fazer alguma nojeira).
Aliás, durante todo o voo, as comissárias vinham agradar a Katarina e falar bem alto coisas do tipo: "ai como você é linda e inocente! Olha esse sorriso! Capaz de derreter uma geleira!"
De manhã, quase chegando em Frankfurt, a desgraçada foi recolocar o cinto de segurança e teve que dar um leve puxão, porque eu tava sentada em cima dele, mas só num pedacinho. Eu que já tava mais do que da pá virada, olhei para ela, quase encostando no nariz enorme e cheio de poros abertos dela, com meu olhar mais gélido e assassino e disse: "tem uma palavrinha, licença, que se fosse usada seria mais educado." Ela com a cara toda vermelha, apesar das 5 camadas de massa corrida que usou para tentar cobrir aquelas crateras que ela chama de poros, disse: "aaai, desculpa, eu não vi! Não vi mesmo!" Na verdade eu acho que ela não viu mesmo, eu que queria só mais um motivozinho para voar no pescoço daquela galinha maldita.
Avião pousou, aquela demorinha de sempre e a Katarina começa a chorar. A vaca fala pro marido dela: "ai, só tenho uma certeza na vida. Nunca vou ter filhos!" Aha! Não vai mesmo, vai morrer seca e sozinha, vagabunda! Quando tinha banco vazio, colocamos a Katarina deitada e ela se acalmou e sorriu na hora. Ela adora ficar deitada! Cortou meu coração! Me deu vontade de sair correndo e arrancar na unha a pele de cobra daquela puta.
Ela saiu correndinho quando abriram as portas. Piranha! Nós fomos os últimos a sair, porque os comissários queriam fazer um relatório do caso. As meninas foram super solícitas, ficaram chocadas com a frieza da maluca e me disseram que estavam rezando para a Katarina chorar o voo todo para incomodar. Hahahahahaha! Duas delas, que eram mais arretadas, disseram que se fosse com elas, teriam montado o berço e ainda ameaçado a louca, mas foi bom que não era turno delas, porque vai que era uma psicopata como um outro tal passageiro, que está sendo processado pela TAM, por ter jogado água em um bebê que chorava (!!!!).
Fico pensando como teria sido com a Lufthansa. Essas passagens foram compradas pela Lufthansa, mas operado pela TAM. Acho que as alemãs teriam sido mais duronas e teriam montado o berço sem nem discutir com a filha de chocadeira. Mas achei o pessoal da TAM super atencioso e querido.
Enfim, saímos do avião e fomos lavar a Katarina no fraldário, porque ela tinha feito uma lambança assim que o avião pousou. Então entra o gerente de aeroporto da TAM em Frankfurt e pede mil desculpas também, e dá o cartão. Quando comprar passagem de novo, eles dão bercinho, 2 assentos conforto e carrinho para locomoção no aeroporto, sem nenhum custo adicional.
O voo de Frankfurt até Copenhague foi operado pela SAS. Ganhamos uns bichinhos de pelúcia e tudo tava legal. Daí meu marido querido e atencioso derrubou café fervendo na minha mão quebrada e nas minhas calças. Jesus, coitado! ☁℅☹#§❋!
Chegamos vivos e to sem dormir há 2 noites só pensando no que queria ter dito e principalmente feito com aquela cadela. Ligar pro cabeleireiro dela, contar o que ela fez e mandar ele colocar ácido sulfúrico no alisante dela. Ligar para a empresa onde ela trabalha, contar o que ela fez e fazer ela ser despedida por justa causa (ausência de coraçāo e de alma). Mas é tanto pensamento que assim que ela pisou fora do avião, deve ter levado um tombo, caído de cara no chão, quebrado todos os dentes, e quando foi levantar, um carrinho cheio de gente passou por cima dela. Ah, e a polícia alemã deportou a cretina por ser muito feia, então o marido banana saiu de fininho e nunca mais ouviu falar dela. Ela teve que embarcar num avião da TAM, com as mesma comissárias de bordo, que deixaram a comida vegetariana dela muito "especial", ladeada por 2 bebês com muita cólica e dor de ouvido, que choraram incessantemente. Pela comida "especial", teve uma diarréia fulminante, sem tempo de ir ao banheiro, borrou as calças, o que fez com que todos os passageiros a repudiassem tanto que teve que ir o resto da viagem cagada, vaiada e sentada no chão. Quando chegou no Brasil, ninguém esperava por ela, que descobriu sua casa arrombada e vazia. Sentou no chão e chorou, como um neném de 3 meses com dor nas costas. FIM.
* Ela lembrou do caso do passageiro que jogou água na criança e ficou com receio que essa maluca pudesse fazer algo similar.
foto escura, mas mostra como o cesto é pequeno. Ainda tem pelo menos 70 cm de parede abaixo dele.
Como alguém tem coragem de deixar uma coisinha dessa dormir desconfortável???